O intelectualzinho

Li ha pouco uma crónica do João César das Neves no DN sobre o humor politico. O texto não é particularmente interessante (arrisco-me a dizer "pelo contrario") e desafio a juventude deste blog a procurar nele indicios de apoio mascarado à censura ou a escrever uma critica interessante ao mesmo, já que eu não o vou fazer... O que é certo é que no fim JCN (é verdade, estou armado em jornalista) diz o seguinte:

"É indispensável rir do disparate, zurzir o abuso, "farpear a tolice" como diziam Eça e Ramalho."

César das Neves cita um determinado Eça e um tal de Ramalho. Ora se quanto ao primeiro não há muitas duvidas o segundo, por sua vez, poderá ser Ramalho Ortigão (contemporaneo e amigo do primeiro) ou mesmo Ramalho Eanes que, como toda a gente sabe, é dotado de um sentido de humor fenomenal, tal como o seu tão frequente sorriso aberto demonstra ("Farpear a tolice" é, claramente o seu lema!).
Parvoice à parte, não sei se já repararam, mas os jornalistas/cronistas/parvos têm a mania de deixar a compreensão do leitor de parte para mostrar que são muito intelectuais e que podem referir-se às grandes figuras do passado apenas por um dos nomes (primeiro ou último tanto faz, tem é que ser só um). Ao confundirem o leitor e ao dificultarem-lhes a leitura estão, sem sombra de duvidas, a demonstrar a sua superior inteligência. E há que poupar nos caracteres também, porque nem todos têm mensagens grátis para TMN!

Imaginem que em vez daquela frase JCN dizia:

"É indispensavel rir do disparate, o aeroporto da OTA "é uma obra essencial para o nosso pais", como dizia Socrates."

É suposto que nós consigamos perceber se ele está a citar Socrates o filosofo Grego ou Socrates o engenheiro (???) parvo?! Já é altura de se fazer jornalismo de qualidade. JCN, ponha os olhos no Jornal Nacional da TVI ou no 24 horas!

P.S: Eu confesso que tive sorte. Há muita gente idiota a fazer o mesmo que acabei de criticar neste gajo. Mas este abusa na parvoice! Deixo aqui um link para perceberem o que digo. Vá tomem lá outro que também é bom.
É indispensavel perceber isto, "João César das Neves é parvo!", como já dizia Pessoa.

Belas equivalências!

Copiar num exame é como olhar para o corpo de uma mulher!
convém não ser apanhado a olhar, não vá o exame ser anulado.