domingo, outubro 05, 2008

20 Mil Tréguas de Gabardina, por J. Verne


Ora bamos lá a ver! Já há algum tempo que ameaçava derramar umas linhas sobre energia! Mas para tal ainda me faltava a dita! Agora, que já a tenho, uma vez que o ano lectivo já começou e já não há tantas saídas com a malta, tudo vale para menos fazer aquilo que mais se deve... Falo de ajudar velhotas a atravessar a passadeira, óbvio!
Assim, visto que o Tema até me é querido, e está tão em voga devido à escalada do valor de transacção do ouro negro (toblerone preto), e estando eu longe de ser perito na matéria, opinarei dentro do pouco que sei.

Petróleo! Energia fóssil, muito básica e rudimentar, extraída através da combustão dos diversos hidrocarbonetos que o constituem, gerando calor e explosão, que poderão dar cinética a geradores eléctricos e a sistemas mecânicos. A energia mundial passou da ancestral madeira e afins, para o carvão durante a revolução industrial, até ao momento em que os cowboys atiraram uma beata para a poça de petróleo que apareceu enquanto procuravam ouro! E fez-se luz. Negra! Criaram e mantiveram uma sociedade que sem o crude, paralisa e colapsa, dada a profunda dependência do mesmo! Se o petróleo, por artes mágicas desaparecesse de um momento para o outro, não duvido que muito menos de 5% da população mundial poderia continuar a manter o estilo de vida que hoje tem! Os prairie doggys texanos (cães da pradaria) souberam bem como desenhar o esquema que lhes permite governar o mundo a seu bel prazer. Ao pé deles, a narcoprodução e tráfico é para meninos! Até dá jeito, pois desvia alguma da atenção dos governos, media e povos por eles governados. Não me admirava que houvessem petrodólares a subsidiar a produção de folha de coca na Colômbia...
Mas a culpa não é só dos que enganam... Todos nós , que sabemos, ou no mínimo, suspeitamos de tais ardilosos esquemas, e por ventura até temos alguma poder decisor, não agimos, ou porque estamos de braços atados porque somos marionetas, ou porque feijões recebemos debaixo da cabeceira, e a rebuçados com açúcar nos corrompemos, temos uma quota maioral da culpa..que não morre viúva!

Alternativas! Quais? Sabemos que a tecnologia e as blueprints (projectos) existem! Mas que há anos são abafadas pelos garimpeiros de Wall Street e afins! Mas felizmente, estamos a entrar noutra época! Começa a haver mais publicidade das ditas energias renováveis, motivada mais uma vez pelo histerismo gerado pela cíclica e criminosa subida de cotação do crude no mercado global. Felizmente, estamos num ponto de viragem, em que as fundações pantanosas de todo o sistema que suporta e possibilita o sistema especulativo que, sabemos lá como, continua a gerar dinheiro enquanto o mafarrico esfrega o olho, e faz brotar cabanas nas requintadas Côte d'Azur, Mónaco e afins, se encontra a implodir... pior, a colapsar, pois não há controlo! Sim, falo da falência de poderosas empresas americanas que foram, agora sem eufemismos de "injecções de capital estatal", simplesmente nacionalizadas.

Renováveis! Prefiro chamar-lhes inesgotáveis, ou eternas, uma vez que sempre existirão enquanto o Sol (o nosso luminoso e vizinho astro) permaneça a se portar como um digno reactor de fusão nuclear, que transforma o básico hélio (primo do lúcio) consecutiva e promiscuamente nos restantes figurantes da tabela periódica. Já há algum tempo que a comunidade científica deseja reproduzir o fenómeno solar para produção de energia no nosso planeta, havendo um projecto multinacional que estima que o primeiro reactor de fusão nuclear esteja a funcionar lá para 2030. Já faltou mais... Mas até lá? Já li, que mesmo que desatássemos a construir freneticamente centrais nucleares, que são aquelas que menor impacto ambiental têm, a produção de energia não seria suficiente para suprir as necessidades energéticas mundiais! Falando, obviamente do livre acesso a energia de todo e qualquer habitante do planeta.

Qual o caminho? Li há pouco tempo um livro escrito por um guru (que palavra fascinante, significa perito, autoridade, grande mestre, Yoda..) que versava (no caso, prosava..estou imparável!) sobre a energia do futuro, e dizia que a mesma passava pela nanotecnologia. Extrapolava até para algo a que chamou Nanoenergia, mas não definiu nem concretizou o que esta era. Sim, penso que a nanotecnologia possa impulsionar a produção de energia, uma vez que poderá tornar o cidadão energeticamente independente, através da miniaturização de transdutores (conversores que transformam um tipo de energia noutra) e de geradores eléctricos. Quem não sonha em não ter de pagar no fim do mês factura à empresa fornecedora de energia? Como produzir energia para consumo próprio? Disponíveis de imediato, temos a energia eólica, solar, hídrica, geotérmica, geotérmica e a nuclear.. se se lembrarem de mais, acrescentem!

A tecnologia actual ainda peca pelo custo elevado de instalação e de manutenção das centrais de energia inesgotável, pois ainda não se encontram massificadas, bem como pelo rendimento ainda longe dos ideais 100%, em que toda a energia captada é aproveitada sem qualquer tipo de perdas por dissipação e afins... Todavia, o rendimento que têm já é suficiente para garantir a sua viabilidade económica, já nos podendo garantir auto-suficiência energética, e até lucrar com o excedente que eventualmente possamos produzir! Sim, já existem pessoas que, em vez de pagarem factura à companhia energética, recebem um montante consoante a energia que dispensem para a rede de distribuição nacional. Apressem-se, que por enquanto ainda existem incentivos fiscais para tal, Quioto e Quotas do Carbono obliges... Imaginem, tinham o telhado revestido por placas térmicas e fotovoltaicas, para aquecimento e produção de electricidade, um gerador eólico, distante q.b. da habitação para não perturbar a quietude da sua envolvência, uma turbina de baixo caudal no riacho que corre no fundo da propriedade... e receber dinheiro por tudo isto! Ah, não esquecer umas baterias condensadoras de alta intensidade e densidade energéticas nas caves, para garantir o suprimento energético constante!

Energia eólica! Sempre gostei de moinhos, desde criança, todas aquelas histórias de cavaleiros de tristes figuras e seus fiéis escudeiros e formosas donzelas, toda a mística das velas enfunadas que trituram os cereais que o moleiro recebe das terras que o circundam, do pão, que nem sempre foi de todos.. e que ainda não o é. Mas os geradores eólicos... Ao longe, ainda poderão ter alguma da essência dos ancestrais moinhos, mas ao perto deixam muito a desejar! Rasgam novos corta fogos para o cimo dos montes, que ficam literalmente desertificados, com índices de ruído elevadíssimos e de fauna reduzidíssimos. Já para não falar no incómodo do seu transporte especial, que necessita de escolta especial até irem para o alto da montanha. Todavia, é capaz de ser o tipo de energia renovável mais rentável!
Onde haviam árvores, existem agora geradores eólicos.. e já há planos de os plantar no mar!

Energia Solar! Aproveitada para produção de energia térmica e eléctrica, através de painéis colectores de radiação fotovoltaicos e acumuladores térmicos. Se todos os telhados do país fossem revestidos por estes painéis, decerto que poderíamos dispensar as nossas centrais de combustão de hidrocarbonetos, com os benefícios que tal traria a nível económico e ambiental. O rendimento dos painéis fotovoltaicos ainda está longe dos 100%, continuando a investigação da combinação ideal de compostos de revestimento dos mesmos. Há também uma quebra de rendimento acentuada com o depositar de uma fina camada de sujidade nos paineís, necessitando os mesmos de constante limpeza e manutenção. A energia solar, tem todo o potencial para ser pessoal e intrasmissível, como aqueles chapéus dos "cámones" com ventoinhas accionadas por mini painéis, ou tshirts com carregadores de telemóvel.. Será a nível da formulação de compostos receptores e da miniaturização dos painéis que a nanotecnologia terá um papel fundamental! Parques solares como o da Amareleja, deverão sempre ser muito bem pensados, pois o impacto ambiental provocado pela sua implantação não é suave, contribuindo para a desertificação da área, desfigurando a paisagem... Este tipo de parque, deveria ser instalado em desertos, não criar desertos para os instalar! E mesmo assim, continua a ser pouco estético! Há tanto telhado de barro no nosso país... Onde havia pasto e montado (zona de sobreiros, o chaparro), existem painéis fotovoltaicos.

Energia hídrica! Confesso que não sou grande adepto de barragens, uma vez que estas têm um profundo impacto na fauna e flora autóctones, modelando drasticamente a paisagem, com a criação de abismais albufeiras e afins. Acho que a construção de barragens somente poderá ser justificada pela necessidade de suprir o fornecimento de água para agricultura e para consumo doméstico da população. Sim, porque ainda vive gente neste país que ainda não tem água canalizada, e às vezes nem potável. Só assim, admito que se construam barragens no nosso planeta! Não temos o direito de desfigurar e alterar os leitos fluviais. As consequências são letais para o equilíbrio do ecossistema, prejudicando sempre, em última análise, e no topo da cadeia, o Homem! Já os geradores de baixo caudal, têm um impacto ecológico mais reduzido, e se a sua instalação fosse massificada, poderia haver uma produção de electricidade muito superior aquela fornecida pelas turbinas das grandes barragens. Um pequeno aldeamento ribeirinho poderia aproveitar a energia produzida pelos tais pequenos geradores de baixo caudal, que seriam sua propriedade e responsabilidade, por aquisição dos mesmos por uma associação de moradores, condomínio, junta de freguesia ou município... Energia das ondas, a nova coqueluche das energias inesgotáveis portuguesas. Já a funcionar intermitentemente, o primeiro parque marítimo gerador de electricidade em alto mar ao largo da Póvoa do Varzim. Ideia sem dúvida promissora e de louvar, mas com custos de instalação e manutenção exorbitantes, não havendo ainda provado a sua "viabilidade financeira"...

Energia geotérmica! Também muito interessante e caprichosa, uma vez que necessita de condições de operação muito específicas, que são fornecidas apenas pelas ilhotas do arquipélago dos Açores. Consiste em captar o calor emanado do solo vulcânico, e canalizá-lo para um gerador eléctrico.

Esta foi uma breve resenha da tecnologia actualmente disponível e comercializada, havendo milhentas outras em desenvolvimento, como o aproveitamento de algas mortas para produção de energia, etc...

Criatividade
é-nos exigida, se queremos que a população global tenha sempre acesso, a baixo custo e nas quantidades que necessitar, de energia eléctrica. Só assim, a Educação, a Informação e o Progresso poderão catapultar a nossa civilização para um novo paradigma Científico, Tecnológico, Artístico...enfim, Humano!

Abraço!

PS- rascunhado durante a audição de umas apresentações em francês
PPS- o Nuclear será o próximo episódio =)

quinta-feira, outubro 02, 2008

Agridoce

Deixa cá escrever algo belo... não da para isso, dá só para escrever algo. Algo com verdade mas não toda, sério mas na boa, que não fira susceptibilidades mas as arranhe, pelo menos. Algo triste, austero, profundo, comovente e revoltante! Mas que cinco minutos depois dê para esquecer, ou não... :


Nem tudo o que parece é...