sexta-feira, julho 30, 2010

Al Raulaeda

Com esta história da saída do Raul do Real Madrid descobri para aqui um rascunho de uma posta que acabei por nunca publicar, não sei bem por que razão (provavelmente por ser estupida...não, isso nunca me impediu antes). No que se segue, assumam que estamos no Verão do ano passado e que o Cristiano Ronaldo acabou de se transferir para o Real Madrid:

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A propósito da integração de CR7-pilas-pelo-recto-acima no novo clube, o ex-pai da selecção nacional de futebol saiu-se com a seguinte farpa:
"O Cristiano não tem nada a ver com a imagem que todos têm dele. O problema do Real Madrid é o Raúl. Já é um veterano e continua a ser o "dono do balneário". E ai de quem ele não gosta. Inclusive o técnico."

Ora até eu, que tenho uma profunda admiração pelo jogador de futebol Raúl González Blanco (não tanto pelo caçador e aficionado, mas isso é outra história...), sou obrigado a concordar com Scolari depois de ver estas imagens seguintes, que mostram Raúl depois e antes, respectivamente, de entrar em campo:



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E pronto, era isto. É impressão minha ou este blog está a tornar-se um diário desportivo para tótós? Colegas Palavreiros, preciso de ajuda para voltar a tornar este blog num espaço cultural respeitado.

terça-feira, julho 27, 2010

7, 16, 33, 44, 102, 323, 741

O futebol é ridículo. Não é transparente nem justo, não promove a lealdade nem a honestidade, não é solidário (felizmente alguns jogadores são!), não exige inteligência nem educação. O futebol não ensina nada que valha a pena. E eu adoro futebol. Adoro jogar, gosto muito de ver e gosto de comentá-lo e discuti-lo, especialmente com benfiquistas ferrenhos. Hoje, no entanto, estou triste com o futebol; hoje é o dia em que o "Raúl do Real Madrid" já não é do Real Madrid.
Andei a preparar um texto volumoso a enumerar os títulos por ele ganhos e os que devia ter ganho, mas que (porque o futebol não é justo) não ganhou; onde dizia que, ao fim de 16 anos no mesmo clube, um dos últimos símbolos de lealdade e amor à camisola acaba de cair porque o amor do próprio pelo o futebol ainda é grande e o amor de outros pelas notas é ainda maior; onde dizia também que se não fosse a loucura "galáctica" dos dirigentes do Real Madrid, que não lhes trouxe, nem agora nem antes, resultados nenhuns (mas com o Mourinho até o Caldas S.C., ou mesmo o Sporting C.P.!, ganhava a a Liga dos Campeões...) e se calhar o Raúl também era neste momento campeão do mundo, o que seria um prémio mais do que merecido; onde desabafava a minha indignação pelo facto de um dos grandes génios do futebol, que merece honras dignas dos deuses deste desporto ter tido apenas direito a uma modesta despedida; e onde dizia que o idiota do Raúl, por muito que goste dele como jogador de futebol (não sei se este post é revelador, mas é um dos meus jogadores favoritos de sempre), é fã de tourada, caça e (pior!) é espanhol. Mas a meio da escrita cheguei a uma conclusão surpreendente: o futebol é ridículo. E eu sou igualmente (ou mais!) por estar genuína e razoavelmente afectado pelo facto de um jogador X que joga há Y anos no clube Z onde ganha cerca de W euros ter saído do dito clube e não para acabar a carreira, mas sim para ir ganhar V <= W no clube U. Assim sendo, vou esconder a minha tristeza idiota (partilhada por muitos outros fãns de futebol) e deixo aqui um vídeo com alguns dos muitos golos deste grande jogador para que os que são sensíveis à beleza do futebol me compreendam um bocadinho melhor:



P.S.: Este post não faz jus às qualidades futebolísticas deste Senhor da bola. Para tal teria que dedicar semanas a escrevê-lo. Em jeito de resumo, para mim, este é um dos jogadores mais inteligentes de sempre, possuidor de uma classe ímpar e de uma capacidade técnica extraordinária. Tem um palmarés invejável a todos os níveis: títulos, golos e número de presenças record em competições nacionais e internacionais, de clubes e selecções. Marcou muitos golos, alguns dos melhores, mais difícieis e mais belos alguma vez marcados e só não marcou ainda mais porque não lhe deram oportunidade (eu sei que o Higuaín é uma máquina, mas com esta equipa acredito que o Raúl poderia ter feito tanto ou melhor e a sua presença em campo é sempre uma mais valia). A carreira não acabou, mas acabou a lenda de Madrid; com um bocado de sorte (para mim) ainda vai acabar a carreira no Manchester United ou noutro grande de Inglaterra, mas o mais provável é ir parar a um clube de segunda e desvanecer lentamente. Etc, etc, etc...

quarta-feira, julho 14, 2010

Alive!!

Então "cávai":

Do optimus alive 2010, na realidade, só ouvi com atenção o concerto de Pearl Jam. No entanto devo assinalar as boas impressões que me ficaram de Gomez, um som alternativo com umas gandas guitarradas, e Gogol Bordello, punkalhadas com acordeão!!

Quanto ao concerto mais esperado da noite, pelo menos para mim, numa palavra: diferente. Agora, será "diferente" sinónimo de um mau concerto? NÃO, nada disso, antes pelo contrário e afins. Foi uma set-list no mínimo alternativa... Apesar de já não vibrar o que vibrava com a banda do eddie e seus muchachos, tenho que reconhecer que eles estão cada vez com mais qualidade. "Ai, a voz do Vedder já não é o que era!", concordo, mas o homem tá a cantar melhor, "Ai, o McCready já n faz os solos que fazia!" também verdade, mas são mil vezes melhor; os solos da "Alive" e da "Evenflow" foram de pôr os pelinhos do cu a bater palmas!! "Foi assim tão bom??" Naahh! Faltaram as, para mim, sempre fundamentais, "Corduroy" "Evolution", "Rearviewmirror" e "State of Love and Trust" (Eddie, um concerto sem a Corduroy?!?!?!!? shame on you!!!) De resto, sempre bem na "Given to Fly", borrou-se todo mas chegou lá acima na "Glorified G", arrepiante a "Better Man", e "Black" com direito a "we bellong together!!" (esta é só para os verdadeiros fãs perceberem, não os fãs da "just breath"...),mas uma nota para o futuro, se algum elemento da banda tiver a ler, não acabem com a "Yellow Ledbetter", o concerto tinha acabado tão bem com a "Alive"...

Resumindo: Foi porreiro, não deixei de me sentir com 13 anos a vibrar enquanto ouvia as k7's de concertos de PJ, mas, contudo, fiquei com uma sensação de "falta aqui qualquer coisa", sensação que não tive à cerca de 4 anos atrás quando os vi no Pavilhão Atlântico, provavelmente porque foram dois concertos e de 30 musicas cada...


PS: As gémeas dos morangos com açúcar (aquelas muito más actrizes de uns tempos atrás) estavam bem perto de mim no concerto, e a certa altura puseram-se nos ombros de alguém, cada uma com o seu "burro", e decorrente disso, exibiram os respectivos "regos".

terça-feira, julho 13, 2010

Optimus Alive 2010 - dia 9

Neste post não há humor nem reflexão. Há gabarolice. E alguma crítica muito parcial. Em primeiro lugar, a gabarolice explícita: eu fui ver Deftones ao Optimus Alive 2010! Quanto à crítica enviesada, arrisco-me a dizer que foi o melhor concerto do festival, até porque foi o único que pode contar comigo na plateia (mais gabarolice). Lembro-me perfeitamente de me virar constantemente para os meus companheiros de mosh e dizer coisas do género "brutal!", "os gajos vieram para partir esta m***a toda!", "a voz do Chino (Moreno) está espectacular, melhor do que nunca!", "acto sexual que estes gajos estão a tocar pa orgão sexual masculino!" e outras coisas acabadas em "!". Entretanto vi o vídeo (disponibilizado pela Sic Radical) das primeiras cinco músicas do concerto... Conclusões: afinal a voz do Chino Moreno está ainda mais esganiçada do que antes; o guitarrista mandou um prego descomunal no início da "My Own Summer"; os Deftones estão por aí, bem vivos e continuam a fazer música boa e personalizada; não sei se estão melhores do que nunca, mas não estão nada mal; Sérgio Vega, o baixista substituto (que, por razões óbvias, espero que não fique na banda por muito tempo), está ainda melhor do que quando andava pelos Quicksand; o baterista Abe Cunningham é uma máquina criativa, requintada e anti-cliché, como se pode ver aqui, aqui e/ou aqui (atenção aos detalhes, às coisas que quase não se ouvem, à precisão e controlo, às variações de tempo e ...); parti os óculos no mosh, mas felizmente consegui repará-los; o concerto foi efectivamente brutal, mas moderadamente curto; os gajos vieram para rebentar com o público do Alive e, acho eu, receberam uma boa réplica da parte do mesmo; fico à espera do próximo concerto, desta vez em palco próprio e com Mastodon a abrir (ou a fechar, é igual).
Relativamente ao resto do dia, Mão Morta deram um bom concerto num fim de dia cheio de luz, enquanto num dos palcos menores tocavam os PAUS (...), uma banda jeitosa, composta por pessoal dos Linda Martini (o baterista), Riding Pânico/If Lucy Fell (baixista e teclista) e onde o ex-vocalista de Vicious Five toca bateria (repararam que há dois bateristas? E tocam numa bateria siamesa). A ver.
De Manic Street Preachers (MSP) não posso dizer grande coisa porque não ; não posso é deixar de dizer que quando os Gossip começaram a tocar no palco secundário (ainda os MSP estavam a meio da actuação) houve um movimento descontrolado de pitas Morangas, cromos de Cascais e gente normal do palco principal para o supramencionado (pimbas!) palco secundário (banda da moda + festival da moda = isto). Arrisco-me a dizer (como muitos outros rebeldes fizeram!) que os Gossip tiverem uma assistência mais do que digna do palco principal. Eu achei aborrecido, mas também não ouvi muita coisa.
Finalmente, Skunk Anansie. Confesso que até tinha interesse em ver o concerto, mas ao fim de quatro músicas tive que abandonar a frente de ataque porque a seca era grande e a dor de pernas e costas maior (a idade não perdoa). Acho que fiz bem.
E por aqui me fico. Se alguma das três pessoas que ainda lê este blog foi lá neste dia, chute, estou curioso para ouvir outras opiniões.

P.S.: Colegas Palavreiros e Alivers, incito-os a fazer critica aos restantes dias, caso tenham ido a algum (eu sei que sim :). Sem pressão!